Foi sem querer, assim. Assim aconteceu. Ela não planejara o início, apenas se deixara levar, talvez esse fora seu mais grave erro. Grotesco, imperdoável. Agora vive morta, pálida, fria. Foi assim, meio sem querer. Um excesso de vida, embriaguez, uma entrega suave, um suspiro derradeiro daquelas de encomenda da alma. E hoje vive mortamente despetalada, catando os pedaços, ferida pelos estilhaços na estrada. Seus olhos fitam o vazio, inertes, sem viço.