"PoLiTiCaMeNTe iNCoRReTa!!"

terça-feira, 29 de novembro de 2011

ScarpiN de DaNieLa


O sonho dela era usar scarpin
Fosse feio ou bonito fosse,
O que ela queria, era andar de scarpin
E se fosse vermelho
de sangue seria
como a cor da su'alma
calada em histeria.
Quiçá fosse preto
qual mistério que esconde os olhos
displicentes atrás dos cabelos
enlutados e um tanto inglórios.
E se a prata banhasse esse feito
Para trazer-lhe aos pés uma lua
que grandiosa deitou em seu peito
purpurinando sua estrada nua?
Deixai-a livre pra usar scarpins
Para olhar seu planeta de lá
Na nobreza do seu sangue azul
sol de azul e azul cor de mar.
Lá tem música assim, cor de blues
E uma pele aquecida pra essa moça calçar...

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

No PuLSo

Foi aquele pedaço. Sim. Eu havia separado pra você. Reservei a pulsação pra escrever você. Separei a vida, com sua latência e todo sangue. Eram minhas veias pra você correr. Reservei a parte de dentro, de dentro da alma, uma parte inteira que é em amplitude, tua, desde o momento solene em que te respirei e senti todas as sensações que jamais se apartariam de mim.  Eu separei pra você um pedaço todo em mim, e quando você não está, sou inteira a ausência tua.

sábado, 19 de novembro de 2011

FiXe QuiMeRa

E fique. 
Fixe-se nas idéias idiotas de que 
não era mesmo um pedaço que fosse. 
Porque nem isso era. 
E cá agora, entre tantos semi fins, 
disparo pensando no que era e pra que fim existira nessa realidade insólita. 
Fique assim, nua. 
Da mesma forma que chegou. 
Um tanto quanto mais nua. 
Despida em verdades inteiras. 
Fixe-se mais, importando-se tanto e se esquecendo um pouco mais. 
Afinal, pra que lembrar de quem esquece de si,
Deixando-se mais ainda por aquilo que num minuto, apraz?
Compraz? 
O que lhe aprazia não era bem o prazer do algoz 
De oco e vazio. De um pedaço e sem mais. 
Não era mesmo de se admirar. 
Era um fix que não fixava. 
Foi um fique que nunca ficava. 
E pior que ficava, sem fix, atava. 
Ficava livre e livre ficava. 
Impregnava.
De um modo quase atroz. 
Fazendo da alheia vida um solitário desejo de ter, ser e ficar. 
Ludibriando covardemente o brutal desejo de se ser o que não se era, 
de haver o que não houvera e de perder-se, 
conscientemente, em nome dessa suave quimera.