Aquele homem não se dava conta do que ignorara. Não se via todo dia dois girassóis no mesmo jardim, no auge da sua glória e no canteiro de obras!!! E todo dia o insensato passava por aquela esquina, via cada andar do prédio subir, via a cidade se transformar, mas era incapaz de observar uma vida inteira de girassóis. E o girassol só observando isso!! Eram dois. Um deles era enorme, como se fosse o pai. Era mesmo um girassooooool. O outro, era menor, como se fosse o filho, mas tão belo quanto o pai em tamanho reduzido. E os dois giravam pra todos os sóis, giravam em dias, giravam em sóis, em dós. E o homem não via! Como podia? Os seus 5 dias de glória se esvaiam, e o andarilho não percebia a nobreza! Até que num apelo desesperado, sabendo que estava morrendo, as pétalas não mais tão vistosas para seu olhar crítico de girassol, ele teve uma idéia, um tanto suicida, mas era a única maneira daquele ignorante notar. Lançou-se violentamente ao chão, com suas pétalas, miolos e coração na mão. Um apelo desesperado, a última tentativa, um atentado quase terrorista! E o homem rude, com sua mochila de operário nas costas, andava tapadamente, olhando sempre para o chão, deparou-se com o girassol, lançado a meio corpo no asfalto, em agonia e desolação. O homem, lamentou profundamente, como podia uma flor tão bonita, em deprimente situação! O girassol filho, nada entendia. Ficou lá no seu canto esperando o dia de amanhã, quem sabe ainda vivo, ganhasse alguma alusão!
Ou será que via e ignorava?
ResponderExcluirO pior cego é sempre o que não que não quer ver...
Gostei...
bjs