Ah!!
Que se dane!
Que se danem as taças, a mesa arrumada.
Os lençóis passados e as toalhas bordadas.
Que se dane a prataria, os panos de prato,
As paredes customizadas e os quadros pintados.
Danem-se mais ainda as fotografias,
todas os pijamas e livros no criado mudo.
Que se dane a cama!
Danem-se as alianças.
Danem-se as juras.
Danem-se as mentiras, diferenças.
Danem-se todas as desculpas de egos.
As justificativas banalizadas
As explicações pouco formalizadas.
Já nem tolero ouvir desculpas..
As tais não mais me deixam insone,
As tais não mais me deixam insone,
Sequer me inquietam
Nem mais me interesso pelos seus caminhos
Tão pouco me ocupo dos teus pobres chorinhos.
O que eu quero é liberdade.
Liberdade para pensar apenas.
Liberdade para chorar.
Liberdade para ser frágil e calar.
Liberdade de ter um peito para repousar.
O que eu quero é vida.
Vida pulsante
Pungente
Latente.
Vida vivida!
Se sofrida, que seja!!
Não importa!
Quero sentir o pulso, os impulsos!
Livrar-me de vez por todas deste marasmo absoluto.
Desta sorrateira vidinha de cera
Desta capa de gente feliz,
Que se engasga com migalhas de pseudo - amor -
Amor prisão perpétua,
Amor agiota.
A paga me sai muito cara,
E aos montes minha vida se esvai...
Como esta noite fria,
em que limpo a maquiagem da cara
Para deitar - me, novamente,
Ao lado de quem jamais
Me fez sentir gente.
Conheça Daniela
E Conheça mais Daniela
imagem: olhares.com
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,m,Foto de A.BE ereito