"PoLiTiCaMeNTe iNCoRReTa!!"

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

SuaVe RoTiNa

Postas de lado as amarguras da vida
sobra o chocolate
O morango..
O beijo que nunca se acaba
O abraço que sempre me afaga.
E tem também essa fadiguenta faxina
Mangueira,
vassouras e panos de chão.
Mas o melhor de tudo
são os nossos panos,
Lavados
Limpos,
Lençóis amaciados
Para nossos corpos exaustos.
Manhãs que amanhecem ao nosso cheiro
Que se engravidam dos nossos anseios.


Imagem: Google

sábado, 15 de agosto de 2009

Gostaria de escrever besteirol. Uma piadinha sem graça. Uma gracinha sem sal. Quem me dera contar uma historinha leve, mas minha cabeça está cheia de problemas, navengando num turbilhão de chatisses! Ai que saco! Adoraria escrever futilidades, como quem não tem preocupação.

domingo, 9 de agosto de 2009

aMaDo Pai

Tá.
Hoje é dia dos pais. E já que só escrevo besteiras, asneiras, não posso deixar de tentar homenagear meu pai, se é que isso é possível. Meu pai chama-se David. David significa - Amado -, e é isso que ele é. Sou uma pessoa muito tosca, descobri isso há algum tempo, ou pouco tempo, sei lá, mas eu o amo. Se há uma coisa líquida e certa, a despeito de todo o resto que vem de mim, é o amor e admiração que tenho por meu pai. Papai sempre foi um homem muito durão, estouradão e opinioso. Pelo menos isso era o que eu via dos altos dos meus 6 ou 7 anos de idade. Sempre atrás de um balcão de loja, eu tentava aprender o ofício do comércio, e gostava. Gostava de atender os clientes e ficar o mais perto possível do meu pai. Prestava muita atenção nas conversas dele com os amigos, nas negociações e compras de carros usados. Eu gostava daquele meio. Talvez esta seja a razão de eu nunca ter coragem de estudar para os milionários concursos de Brasília, porque 'peguei gosto' pelo mundo dos negócios!!! Vez em sempre ele esquecia minhas irmãs e eu na escola. Ficávamos até escurecer, mas sempre era alegre o momento em que alguém nos buscava. As vezes ele buscava a gente de moto. E acredite ou não, íamos as três e ele, todas sem capacete. No tempo em que estudávamos de manhã, papai acordava mais cedo, preparava nosso café, ou seja, colocava o leite com toddy no copo sabe, e esquentava o pão e a gente tomava aquele café da manhã super bacana antes de sair, sem ter trabalho nem de pegar a colher para mexer o leite no copo. Isso era legal. Um certo tempo, íamos de condução particular. Enquanto ele podia pagar, a gente foi! Engraçado sabe, estudávamos em colégio particular, e como papai sempre esteve endividado, ele nunca podia pagar as mensalidades em dias. Então, todos os finais de ano, ele negociava com as freiras e lá estávamos nós no ano seguinte, estudando no colégio delas. Papai nunca foi de sorrir muito, de conversar muito em casa. Ele tem esse hábito chato de se
fechar em si mesmo, e quando estava chateado ele não falava. Até hoje não fala. Ele fecha a cara e fica insuportavelmente chato. Isso sempre me irritou muito. Talvez por isso, eu nem pense antes de falar o que me incomoda. Porque acho o fato dele ficar emburrado e calado tão desagradável, que desde a infância quis fazer diferente e quem sabe foi muito pior do que ficar emburrado. Falei e falo. Falo e escrevo. Eu deixo ele emburrado! Mas então, inúmeras situações me fizeram e fazem admirar papai, sempre vi nele um homem íntegro, apesar de todas as dificuldades que passou. Ele foi a pessoa, e mamãe claro, que me ensinou a amar a Deus. Participar com eles dos ensaios na igreja, acordar cedo aos domingos porque eles iam pra aula ou seja lá o que for, criaram no meu coração a amável rotina de ir à igreja e estar sempre ocupada entre músicas e atividades afins. O hábito de ler a bíblia diariamente, embora eu não faça isso com precisão, mas amo a bíblia de todo o coração e a tenho como a palavra de Deus, o fato de orar antes de dormir e antes das refeições, a certeza de conversar com Deus sobre qualquer assunto que me incomoda e saber que Ele vai me responder, a confiança depositada em Jesus Cristo para me ajudar em determinada dificuldade, foi papai que plantou. Amar a Deus, amar ao próximo, doar, compartilhar, ser fiel, ser integro, ser verdadeiro custe o custar... Tudo isso, foi ele quem me ensinou. E como tem valor tudo isso na minha vida! Sei o quanto sou diferente por causa dos preceitos ensinados por ele. Papai foi presidente do coral uns 200 anos, toda minha infância e adolescência. E por incrível que pareça, ele era eleito. Ao longo do tempo, isso atraia alguns inimigos e vi muitas vezes ele chegar em casa chateado e isso incomodar seu coração. Eu dizia pra ele sair, mas ele não saía. Não gostava de ver papai pra baixo. Ele ficava chato e mais calado ainda! E quando ele não resolvia os problemas por si só, ele orava. Orava por quem o ofendia... Orava até o coração do ofensor ser convertido a ele. E realmente era. Vi desafetos de outrora, sentados à mesa, compartilhando o famigerado cafezinho na mesa de nossa casa. Papai, assim como eu, deu muita preocupação a sua mãe.. então, não reclame de mim. Vi meu pai chorar pela primeira vez um dia qualquer quando tinha meus 15 ou 16 anos. E me marcou muito. Papai entrou no escritório, abaixou a cabeça na mesa e chorou. Eu nunca tinha visto aquilo e fiquei desesperada. Cheguei até ele e passei um braço por seu ombro perguntando o que era, e ele disse que era depressão. Me senti muito mal, impotente. Estava vendo o meu pai chorar e não podia fazer nada. Papai sempre foi um bom homem. Nos meus 30 anos de idade, nunca vi ele falar um palavrão sequer, nem merda. Já vi ele gritar muito, ele grita sem perceber, é meio áspero as vezes, mas xingar mesmo, nunca vi. Já vi papai pagar dívida duas vezes pra não ter problemas com uma pessoa qualquer que dizia que ele ainda devia. Já vi papai ser enxovalhado pela família bem sucedida por causa dos muitos empréstimos que eles eram obrigados a fazer para o falido irmão. Muitas outras coisas nele me admira, e listar aqui parece que vai tornar tudo meio longo. E por que não? Quando era criança eu tinha problemas de febre reumática, e no período mais frio, minhas pernas doíam muito. Sempre chamava ele a noite, e como eu dormia na parte de cima do beliche, ele ficava passando a mão na minha perna até eu adormecer... e eu não sei quanto tempo isso demorava. Certa vez papai teve um quase enfarto ou sei lá o que. Sei que ele quase morreu, quando soube da notícia, surtei. Quando vi meu pai na cama do hospital, por mais que aparentemente estivesse bem, desabei. Pensar na ausência do meu pai me consumia. E consome até hoje. Sempre tentei agradar, do meu jeito. Mas eu não era muito feliz nisso. e não sou até hoje. Acho que o sonho de todo filho é ver seu pai orgulhoso de alguma coisa, mas eu não consegui muito isso. Alcançar o coração do meu pai era pra mim uma maratona invencível, então, comecei a andar devagar e tentar a sorte ao acaso. Quem sabe aos tiros no escuro, acertaria o seu coração. Não sei muito bem o que ele esperava de mim, mas tenho a sensação de nunca ter conseguido. Carregar esse fardo nunca foi muito fácil, é demasiado difícil, sofrido, é de rasgar o coração, mas continuo tentado agradá-lo da maneira que posso. Quando vejo uma chance, eu a agarro. Pode ser uma comida, pode ser um presente qualquer, pode ser um favor, um copo de suco, e pouco de doce, aonde vejo a chance de satisfazê-lo, eu ataco. O engraçado é que sem fazer esforço eu o embaraço. E quando percebo, lá está ele, emburrado e calado. Tive uma adolescência bem bacana. Papai não implicava com nossos amigos em casa, tendo em vista que a maioria eram homens, mas confiava em nós, desde que fosse em nós três juntas. Já era alguma coisa. Sei que eu trouxe muitos aborrecimentos a ele, preocupações, comecei a namorar cedo e isso preocupa qualquer pai, e ele não queria que eu namorasse com o tal fulano, depois, com 25 ele teve a mesma preocupação porque não queria que eu namorasse com outro fulano, mas aí foi pior porque eu decidia o que ia fazer. Mesmo assim, as palavras que ele dizia nunca saiam do meu coração. Eu ouvia sempre a sua voz me aconselhando, e mesmo não dando o braço a torcer, as vezes obedecia escondido. Uma coisa que marcou a minha vida foi uma mensagem de texto que ele mandou pelo celular. Papai não sabia mexer no celular. Ele escreveu com perfeição algumas palavras, estava preocupado, não sabia aonde eu estava e no fim dizia que me amava. Eu estava vivendo um momento difícil na vida. E ele estava sofrendo também. Isso me doía muito. Eu via o sofrimento dele nos olhos. Quando a mensagem chegou , pensei que outra pessoa houvesse escrito e mandado. Telefonei, chorei ouvindo a voz dele perguntando aonde eu estava e me dizendo pra voltar pra casa. Eu perguntei quem tinha mandado a mensagem e ele me disse que tinha sido ele e não sabia como mandou. Eu sei que papai não sabia nem inserir um nome na agenda do celular. Foi incrível aquilo. Tantas outras situações me fizeram admirá-lo e amá-lo tanto que não sei como explicar. De todas as coisas, sei que posso contar com ele em tudo. Sei que ele me ama e é meu pai. Que apesar de não concordar com os meus erros, ele me ensina e me corrige. Sim, parece brega, mas ele me corrige aos 30 anos. Acho isso um saco, mas ele não tem jeito! Nessa semana me fez um pedido bizarro, me deixou furiosa! Papai acaba com a minha moral e com minha brabesa sabe! Me fez um pedido ameaçador e disse que se eu não atendesse ele iria me obrigar! Enfim, atendo o seu pedido "de bom grado"! O senhor venceu. Mas o que está dito está dito. E não me arrependo!! Voltando então... Os anos ensinaram muitas coisas boas a papai. Ele teve três filhas mulheres. Apesar da sua rigidez e dureza, acho que a gente amoleceu um pouco o seu coração. Ele sempre tentou se adequar à nossa vontade. Tentou se encaixar nos nossos costumes bizarros, nas nossas músicas altas e nas nossas roupas e sapatos modernos, sem perder jamais, o pulso de pai, de autoridade. Se era errado, era. E aos poucos, foi crescendo com a gente e a gente com ele. Hoje, papai já tem quase todos os cabelos brancos, mas continua um coroa muito bonitão. Trata-nos ainda como meninas. Faz muito mais hoje por nós do que fazia antes. Parece que hoje, somos ainda mais dependentes, e ele se rende aos nossos caprichos. Papai escuta nossas músicas, bate conosco as palmas, papai veste as camisas rosas que compro pra ele, e come as pizzas nas pizzarias demoradas depois dos cultos. Papai visita nossa igreja barulhenta e até fica em pé na hora dos cânticos, papai assiste dvd do diante do trono com o Rafa e faz das tripas coração pra todo mundo ser um pouco mais feliz. Quando a gente se senta com ele, é precioso o momento. Contamos as mesmas histórias, as mesmas de anos atrás, almoço após almoço, repetimos as mesmas histórias como se elas nunca tivessem sido contadas, porque sabemos que ele irá sorrir. Eu conto por isso. Não sei quanto aos outros, ouvir a voz dele, ouvir seu sorriso, é tão precioso que vale a pena ser repetitivo... E ele sorri de novo, como se nunca tivesse ouvido a história. Como se fosse a primeira vez. Gostaria de pedir perdão por tantas coisas. Não saberia por onde começar. Gostaria de ter sido diferente, de ter sido mais ao seu jeito, aquele jeito que o senhor falava, ensinava, aquele jeito mais manso, mais humilde, mais cristão. Mas o meu jeito que parece o seu, prevaleceu em mim. Um jeito meio solitário de ser, um jeito meio independente de ser. Um jeito estranho esse meu. Um jeito um tanto seu. Que sua vida aqui com a gente seja longa, seja suficiente pra gente aprender a ser mais desse jeito seu!
Eu te amo, pai.
Feliz dia dos pais.

sábado, 8 de agosto de 2009

TuDo QuaNTo PeNSo

Tudo quanto penso,
Tudo quanto sou
É um deserto imenso
Onde nem eu estou.
Extensão parada
Sem nada a estar ali,
Areia peneirada
Vou dar-lhe a ferroada
Da vida que vivi.

[Tudo quanto penso, de Fernando Pessoa]

Pessoa no meu momento..

terça-feira, 4 de agosto de 2009

MaiS BaFaFá

Eu queria!! Juro que queria ser diplomática. certinha. Não falar nada para escandalizar a fé e a religião desses santos que me rodeiam.. Aliás.. Fazem o favor de me rodear , porque são santos demais pra ficar tão próximos, mas eles fazem a caridade. Eu queria! Juro que queria agradecer por isso!!!! Mas não vou.

Eu queria sabe! Juro que queria medir as palavras pra agradar aos gregos e troianos, e principalmente aos marajás que sustentam os luxos nas casas reformadas, entupidas de móveis finos, pendentes e quadros baratos.. Essas coisas bem emergentes. Mas eu ofendo demais! Eu falo demais! Me deixo levar pelo impulso maléfico que habita em mim. Só em mim, porque os ao redor são bons demais... São santos demais. São religiosos demais. Eles só querem ajudar. Os comentários pejorativos que os santos tecem, só são pra ajudar. Os dircursos e preocupações com a paz, são pra manter o bom nome!! Meu nome não presta. Todo mundo já sabe disso. Pensar faz isso. Falar piora. Escrever, deteriora!!!

Mas eu confesso, queria! Juro! queria ser tudo que não sou. Pra ser bem comentada. Queria escrever um blog com flores, arco-íris, ursinhos carinhosos e porcarias afins, pra que ninguém tivesse interesse e não viesse frequentar quando o assunto dá ibope. Porque não daria ? Quem se interessa por desenhos coloridinhos? Só os santos! Mas os santos aparecem em massa quando o assunto está bombando!! Lêem, e lêem de novo, imprimem e debatem nas suas reuniões de canto de parede, tentando defender ou ao menos explicar o ser raivoso que escreveu tanta palavrinha feia!!

Juro que não queria ser, mas sou! Sou produto do meio. ... Cresci no meio dos santos. Deve haver alguma coisa errada! Como posso ter sido formada tão errante, mentirosa, sendo falsa, faladeira, encrenqueira, não dissemidora da graça maravilhosa que os santos espalham gratuitamente nas suas conversas de pé de ouvido? Estranho isso. Parece que não carrego nos meus 46 cromossomos, especificamente no par número 7, a justiça santa e a perfeição que deveria herdar. Que pena! Eu juro que queria!

Eu juro mais uma vez que queria. Queria ser mais égua sabe. No sentido literal da palavra. Aquele animal que é guiado apenas. Que não vê ao redor, que olha ao comando do santo que o guia. Seria perfeito. Carregar o fardo santo do perdão. Quem sabe eu me perdoaria por ser assim. Tão merda. E não seria de fato. Pois de merda, passaria a ser égua!!! Bem melhor.

Eu juro que queria. Queria mesmo. Ser do jeitinho que os santos aconselham. Mas é demais pra mim. Seria perfeito preocupar-me apenas com as louças pra lavar, as bundas sujas das crianças pra limpar e as roupas do impune marido pra lavar. Mas.. Que triste, me presto a escrever e a falar e a pensar e então... A imundície está feita. Reprovação unânime. Aconselhamento individual: Não pense! Não fale! Não escreva! Não jogue na lama a história da honrada comunidade. Use seus talentos para o bem. [talentos de merda por sinal]. Não questione tanto assim. Aliás, não questione nada. Se disserem que esse pau é pedra. É pedra. Não importa se tem ovo de avestruz dentro e o ovo está cheio de merda. É pedra! Não use suas habilidades pra disseminar conteúdos tão pouco religiosos como esses. Não acabe com os dividendos do alto clero. Não acabe com a santa paciência dos anciãos. Ai, mas eles te pegam, te deserdam e te colocam no caldeirão da inquisição que acontece periodicamente. [Na medida da sua anárquica rebeldia, claro]

Eu juro que queria. Juro que queria ser uma ameba de plantão!!!!! Sei que é desgastante conviver com uma pessoa embaraçosa como eu, mas ninguém é obrigado. Como diz uma querida AMIGA: "-não está satisfeito? Pega o beco!!!!!" Quem não gosta, se afaste, mas por favor, não se desculpem por mim, não falem em meu nome, nem me defendam. Me ofendam, eu prefiro, e não peçam perdão. Me escarneçam mas não me bajulem. Juro que é difícil ser eu, e juro que eu não queria ser você. Ser assim não é pra qualquer um. Por isso poucos são. E a despeito do que julguem, tenho os meus sofrimentos à parte. Tenho coração. Bom ou mau, tenho coração. Vão me desculpando então, a maneira tosca de falar, o modo mal educado de olhar, o jeito de soprar, os olhos revirados, o pouco caso que faço das vossas palavras sábias, o descaso que faço das vossas mesas de conciliação. Me desculpem então, pela falta de graça, pela gritaria, por minar o tempo de vocês fazendo-os curiosa e apressadamente ver qual foi a outra merda que escrevi!!!!!!!!!!!!

Que intrigante religião. Parece mais uma congestão. Uma dor de barriga. Uma constipação. kkkkkkkkkkkkk!!! Desculpem. Eu juro que não posso me conter! É comédia demais! O povo gosta mesmo é de ver o circo pegar fogo. Se não fosse isso, o blog não tinha bombado nesses últimos dias. Bando de urubús!!!!!! E quer saber?? Nunca sorri tanto na minha vida!!!! E continuo sorrindo!!!! Até o próximo sermão... Eles vão querer me fazer chorar!!! hahahahahahahahahahaha! Mas eu sobrevivo pra contar. E até quem tentou me matar, vai voltar pra ler e querer me ressuscitar!!!!

Porque ninguém vive sem esse bafafá!!!